Estudo Bíblico – 6                                    

 

Text Box: Objectivo: O que é o pecado, e porque deve o crente evitá-lo?

 

 

 

 

 

 

 

O pecado é contra Deus

 

Em Salmos 51:4 um David arrependido diz a Deus, “ contra Ti, contra Ti somente pequei, e fiz o que é mal à tua vista”. Embora outras pessoas fossem adversamente afectadas pelos pecados de David, o pecado espiritual não foi contra elas: foi contra Deus.

 

David repete este pensamento em 2 Samuel 12:13. Jó pergunta a Deus, “Se pequei, que Te farei, ó Guarda dos homens”? (Jó 7:20).

 

Sem dúvida, ao magoarmos outros é como se estivéssemos a pecar contra eles. Paulo refere-se a isso, assim fazendo, na realidade “pecamos contra Cristo” (1 Coríntios 8:12), que é Deus e Senhor.

 

Isto tem implicações importantes.

 

Em primeiro lugar, já que Cristo é a revelação de Deus contra Quem o pecado é direccionado, o pecado deve ser visto Cristologicamente, isto é, através da perspectiva de Jesus Cristo. Por vezes o pecado é definido cronologicamente (por outras palavras, porque o Velho Testamento foi escrito antes, tem prioridade sobre o Novo na definição do pecado e outros ensinamentos). Contudo, é o ponto de vista de Cristo que é importante para o Cristão.

 

Em segundo lugar, visto que o pecado é contra tudo o que Deus representa, não podemos esperar que Deus fique indiferente ou complacente em relação a isso. Por ser tão contrário ao amor e bondade de Deus, o pecado separa as nossas mentes e os nossos corações de Deus (Isaías 59:2), que é a Fonte da nossa existência. Sem a oferta de reconciliação de Cristo (Colossenses 1:19-21), nós não teríamos esperança para nada, apenas a morte (Romanos 6:23). Deus quer que os seres humanos vivam um companheirismo afectuoso e de júbilo com Ele e uns com os outros. O pecado destrói este companheirismo de alegria e afecto. A reacção de Deus para o pecado é a ira (Efésios 5:6). A ira de Deus é a Sua determinação positiva e resoluta para destruir o pecado e as suas consequências. Não porque esteja amargurado e vingativo, como só os seres humanos conseguem ser, mas porque ele ama tanto os humanos que não ficaria inerte a vê-los destruírem os outros e a si próprios por intermédio do pecado.

 

Em terceiro lugar, somente Deus pode julgar-nos nesta matéria, e somente Ele pode perdoar o pecado porque o pecado é unicamente contra Ele. Ao Senhor, nosso Deus, pertencem a misericórdia, e o perdão; pois nos rebelamos contra Ele.” (Daniel 9:9).” Nele há abundante redenção” (Salmos 130:7). Aqueles que aceitam o misericordioso julgamento de Deus e o Seu perdão para os seus pecados não são destinados “para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Tessalonissenses 5:9).

 

Reflexão

 

Porque é importante compreender que o pecado é contra Deus?

 

Se somente, Deus pode perdoar o pecado, em que é que isso afecta a oração na sua vida?

 

 
 


Ao Senhor, nosso Deus, pertencem a Senhor, nosso Deus, pertencem

 

 

 

 

 

A responsabilidade do pecado

 

Embora seja comum colocar a responsabilidade a Satanás pela introdução do pecado à humanidade, a humanidade é responsável pelo seu próprio pecado. “...por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram” (Romanos 5:12).

 

Embora Satanás tenha tentado, Adão e Eva fizeram a sua escolha – a responsabilidade foi deles. Em Salmos 51:1-4 David refere-se ao facto de que, por ter nascido um ser humano, está predisposto para o pecado. Ele também reconhece os seus próprios pecados e transgressões.

 

Todos nós sofremos pelos resultados colectivos dos pecados daqueles que existiram antes de nós, ao ponto de o nosso mundo e ambiente terem sido delineados por eles. Contudo, isso não significa que o nosso pecado seja herdado deles, e que eles tenham qualquer culpa nesse sentido.

 

O argumento da atribuição de culpa pelos pecados pessoais “aos pecados dos pais” teve lugar no tempo do profeta Ezequiel. Ver Ezequiel 18, e notar, em particular, a conclusão do versículo 20: “A alma que pecar, essa morrerá”. Por outras palavras, cada indivíduo é responsável pelos seus próprios pecados.

 

Por sermos responsáveis pelos nossos próprios pecados e pelo nosso estado espiritual, o arrependimento torna-se individual. Todos nós pecámos (Romanos 3:23, 1 João 1:8) e as Escrituras impelem-nos, a cada um de nós, individualmente, a arrependermo-nos e acreditarmos no Evangelho (Marcos 1:15; Actos 2:38).

 

Paulo vai a todos os extremos para salientar que, assim como, o pecado entrou no mundo através de um homem, da mesma forma, a salvação está, também, acessível através de apenas um homem, Jesus Cristo. “Porque, se pela ofensa de um morreram muitos, muito mais a graça de Deus, e o dom pela graça, que é de um só homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos.” (Romanos 5:15 e ver também os versículos 17 a 19).

 

A ofensa do pecado é nossa, mas a graça da salvação é de Cristo.

 

Reflexão

 

Sendo humanos, frequentemente inventamos desculpas para os nossos pecados para assim afastarmos a responsabilidade de nós próprios. Quais sãos as desculpas mais comuns para os seus pecados?

 
 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

Estudar as palavras para descrever os pecados

 

Uma vasta variedade de palavras hebraicas e gregas é usada para descrever o pecado, e cada termo adiciona um componente complementario à definição de pecado. Um estudo mais profundo destas palavras está disponível através da ajuda de léxicos, comentários e outros Estudos Bíblicos. A maioria das palavras indica uma atitude sentimental ou racional.

 

Dos termos hebraicos comuns mais comentados vêm as ideias de pecado tais como falta de valores ou falta de objectivos (Génesis 20:9; Êxodo 32:21; 2 Reis 17:21; Salmos 40:6; etc.); um corte num relacionamento, a partir de uma rebeldia (transgressão/rebeldia como em 1 Samuel 24:11; Isaías 1:28; 42:25; etc.); fazer algo constrangedor partindo de uma perversão deliberada de algo do seu uso intencional (actos malévolos como em 2 Samuel 24:17; Daniel 9:5; Salmos 106:6, etc.); de falha e por consequência culpa (iniquidades em Salmos 38:4; Isaías 1:4; Jeremias 1:22; etc.) de erro ou desvio do caminho ou percurso certo (ver erro em Jó 6:24; Isaías 28:7; etc.), e também causar mágoas a outrem (maus tratos malévolos em Deuteronómio 26:6; Provérbios 24:1,8; etc.)

 

No Novo Testamento, as palavras gregas usadas são termos associados à perda de valores (João 8:46; 1 Coríntios 15:56; Hebreus 3:13; Tiago 1:15; 1 João 1:7; etc.); com erro ou falta (transgressões em Mateus 11:25; Efésios 2:1; Colossenses 2:13; etc.) com quebra de limites (transgressões em Romanos 4:15; Hebreus 2:2; etc.); com acções contra Deus (impiedade em Romanos 1:18; Tito 2:12; Judas 15; etc.) e com ausência de lei (iniquidade e transgressão em Mateus 7:23; 24:12; 2 Coríntios 6:14; 1 João 3:4;etc.).

 

O Novo Testamento adiciona dimensões suplementares. O pecado é incapacidade de usar uma oportunidade de praticar um comportamento piedoso para com outrem (Tiago 4:17). Também,e tudo o que não é de fé é pecado” (Romanos 14:23).

Reflexão

Algumas da ideias acima citadas condena-o/a ao pecado? Qual será a sua atitude em relação a isso?

 

Como relaciona ao pecado viver fora do contexto da fé?

 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


O pecado segundo a perspectiva de Jesus

 

Um estudo das palavras ajuda-nos, contudo, apenas isso, não nos leva ao entendimento completo do pecado. Como foi mencionado anteriormente, é necessário olharmos para o pecado Cristologicamente, isto é, pela perspectiva de Deus, o Filho. Jesus é a verdadeira imagem do próprio coração do Pai (Hebreus 1:3), e o Pai diz-nos “para O ouvirmos!” (Mateus 17:5),

 

Nos estudos 3 e 4 foi explicado que Jesus Cristo é Deus encarnado, e que as Suas palavras são as palavras da vida. O que Ele tem a dizer-nos, não somente reflecte a mente do Pai, como também a autoridade ética e moral de Deus.

 

 

O pecado não é apenas um acto contra Deus. É mais que isso. Jesus explica que o pecado origina um carregamento por completo, das mentes e corações humanos. “Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os homicídios, os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfémia, a soberba, a loucura. Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem.” (Marcos 7:21-23).

 

Cometemos um erro em procurarmos uma lista específica e definitiva do que fazer e não fazer. Deus quer que nós entendamos que não é tanto a acção individual que conta mas o que está por

detrás da intenção que leva à acção. Não obstante, a passagem de Marcos acima citada é uma entre outras, onde Jesus ou os Seus apóstolos fazem listas ou comparam práticas pecadoras com a expressão de fé. Entre outras estão Mateus 5 a 7; Mateus 25:31-46; 1 Coríntios 13:4-8; Gálatas 5:19-26, Colossenses 3; etc.

 

Jesus descreve o pecado como um comportamento que causa dependência,

anote-se que “todo aquele que comete pecado é servo do pecado” (João 8:34).

O pecado atravessa limites de comportamento piedoso para com outros. É actuar como se não fôssemos responsáveis perante qualquer outro poder, mais forte, que não o nosso. Para os Cristãos é não deixar Jesus amar outros através de nós, não honrando o que Tiago chama de “religião pura e imaculada” (Tiago 1:27) e “conforme a Escritura, a lei real” (2:8). Jesus explicou que aqueles que O amam guardam os Seus mandamentos. (João 14:15; Mateus 7:24) cumprindo, assim a lei de Cristo (Gálatas 6:2).

 

O tema da nossa herança pecaminosa é consistente através das Escrituras (veja também Génesis 6:5; 8:21; Eclesiastes 9.3: Jeremias 17:9; Romanos 1:21; etc.).

Assim, diz Deus “Lançai de vós todas as vossas transgressões com que transgredistes, e fazei-vos um coração novo e um espírito novo” Ezequiel 18:31).

 

É pelo envio do Seu filho para os nossos corações que obtemos um novo coração e um novo espírito, pelo qual professamos que pertencemos a Deus (Gálatas 4:6; Romanos 7:6). Já que pertencemos a Deus “não devemos ser mais escravos do pecado” (Romanos 6:6), “insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a várias concupiscências e deleites, vivendo em malícia e inveja, odiosos, odiando-nos uns aos outros” (Tito 3:3).

 

O contexto registado do primeiro pecado no livro de Génesis pode ajudar a informar-nos. Adão e Eva estavam em comunhão com o Pai, e foi quando prestaram atenção a outra voz que ocorreu o pecado, quebrando assim, essa comunhão (ler Génesis 2). O sinal distintivo da privação do pecado é o prémio do nosso chamamento ascendente, em Cristo Jesus, para Deus. (Filipenses 3:14) para que fôssemos chamados filhos de Deus (1 João 3:1) através da adopção na comunhão do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Se saímos dessa comunhão com a Divindade, perdemos o sinal distintivo.

Jesus habita pela fé nos nossos corações, para que sejamos “cheios de toda a plenitude de Deus” (Ver Efésios 3:17-19) e acabarmos a plenitude do nosso relacionamento com Ele é pecado.

 

Quando cometemos o pecado rebelamo-nos contra tudo que Deus representa. Cria uma brecha no sagrado relacionamento que Jesus visionou connosco antes da fundação do mundo. É uma recusa em consentir que o Espírito Santo trabalhe em nós para fazermos a vontade do Pai. Jesus veio chamar todos os pecadores ao arrependimento (Lucas 5:32), isto é, que todos possam voltar para um relacionamento com Deus e com a Sua vontade para a humanidade.

 

Pecar envolve tirar algo maravilhoso que Deus na Sua santidade concebeu e perverter isso em desejos egoístas contra outros. É afastar-se do objectivo intencionado de Deus para a humanidade em incorporar todos nós na Sua vida.

 

Pecar é, também, não colocar a nossa fé em Jesus como guia e autoridade na nossa vida espiritual. O pecado, que é espiritual, não é definido pelas suposições ou lógicas humanas, mas por Deus.

 

Se necessitarmos de definições curtas, podemos dizer que pecar é uma forma de viver sem comunhão com Cristo.

 

Reflexão

 

Porque deve ser Jesus a discussão central acerca do pecado

 
 

 

 

 

 

 


Conclusão

 

Os cristãos necessitam de evitar o pecado, porque o pecado é uma separação entre a nossa relação com Deus que nos retira da harmonia da comunhão com o Pai, o Filho e Espírito Santo.

 

Conforme Síntese Doutrinal da Igreja de Deus Mundial

 

O pecado

 

Http://www.idm.pt/doutrina/doutrina.html#O%20Pecado

 

O Pecado é a transgressão da lei, ou seja, um estado ou condição de rebelião contra Deus. Desde que o pecado entrou na humanidade, através de Adão e Eva, o ser humano tem estado debaixo de seu jugo, o qual, só pode ser removido pela graça de Deus mediante Jesus Cristo. A condição pecadora da humanidade manifesta-se na tendência constante em preferir-se a si mesma e aos seus próprios interesses egoístas em detrimento de Deus e da sua vontade. O pecado causa afastamento de Deus, sofrimento e morte. Como todos os seres humanos são pecadores, todos precisam da salvação que Deus oferece através do seu Filho.

(1 João 3:4; 5:17; Romanos 1:20-21; 5:12; 7:24-25; Marcos 7:21-23; Gálatas 5:17-21; Romanos 6:23; 3:23-24)

 

 

A Salvação

http://www.idm.pt/doutrina/doutrina.html#O%20Espírito%20Santo

 

A Salvação é a libertação do jugo do pecado e da morte, e o restabelecimento de uma relação profunda com Deus. A salvação, sendo uma dádiva que Deus concede pela graça e através da fé em Jesus Cristo, não é obtida nem por mérito pessoal nem por boas obras. Deus oferece a salvação, não só para a vida presente, mas também para a eternidade, a todos os que aceitem Jesus Cristo como Senhor e Salvador.

(Romanos 6:18, 22-23; Efésios 2:8-9; 1 Pedro 1:4; Romanos 8:21-23)

 

 

 

Text Box: Próximo estudo

O que são o Baptismo e a Ceia do senhor e qual a sua relevância para o crente?